domingo, 18 de abril de 2010

Evidências de Deus na história humana

Podemos encontrar evidências de Deus na história humana?
Essa é uma pergunta que cada um precisa responder para si mesmo.
Mas eu posso citar alguns poucos exemplos, embora pudessem ser escritos muitos livros apenas listando exemplos como estes.

Daniel foi um dos cativos hebreus que viveu em Babilônia por volta do sexto século antes de Cristo. Ele escreveu um livro que leva seu nome o qual contém inúmeras profecias sobre eventos futuros na história humana. Os manuscritos do Mar Morto também continham fragmentos do livro de Daniel, bem como de todos os outros livros das Escrituras (com exceção do livro de Ester).
Uma profecia interessante é a que se encontra no capítulo 2 de seu livro. Neste capítulo ele descreve o sonho do rei Nabucodonosor com os impérios que sucederiam o de Babilônia. O símbolo usado foi o de uma grande estátua composta de quatro tipos de metal: ouro, prata, bronze e ferro. Cada metal representava um império: a cabeça de ouro Babilônia, o peito e os braços de prata os medos e persas coligados, os quais conquistaram Babilônia em 539 a.C., o ventre e os quadris de bronze a Grécia, que dominou o império persa a partir de 331 a.C. por meio de Alexandre, o Grande e as pernas de ferro, o império romano, que assumiu o poder na região por volta do ano 168 a.C.

Os pés da estátua eram em parte de ferro e em parte de barro e Daniel explicou que eles não seriam um quinto reino (império) mas sim o quarto dividido (10 dedos). Isto representa bem as divisões do Império Romano pelos bárbaros que deram origem às nações da Europa. Daniel afirma que este reino dividido nunca mais formaria um reino só, embora tentassem ligar-se inclusive através de casamentos. É notório que as nações da Europa procuraram fazer alianças mediante casamentos por toda a antiguidade. Atualmente a Europa conseguiu uma razoável uniformidade, mas ainda existe uma grande quantidade de obstáculos para a unidade em toda a Europa. Daniel finaliza dizendo que nos dias dos dedos da estátua, no final da história humana, "o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído". Ele é simbolizado por uma grande pedra que feriu a estátua nos pés e a consumiu e encheu toda a Terra. Segundo Daniel, este reino será o de Deus.

Um outro exemplo é o do capítulo 11 do livro de Apocalipse. São descritas duas testemunhas profetizando vestidas de pano de saco por 1260 dias, sendo mortas e depois ressuscitadas em um período de 3 dias e meio. Tudo isto acontece em uma "grande cidade" que "espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado". Embora fique muito longo entrar nos detalhes desta profecia aqui, é possível fazer um resumo de alguns deles. No contexto das Escrituras, dias em profecia significam anos* (Números 14:34 e Ezequiel 4:7), portanto 1260 dias são 1260 anos e 3 dias e meio são 3 anos e meio. Os 1260 anos aparecem em outras profecias das Escrituras (Daniel 7, Daniel 12, Apocalipse 12 e 13). O estudo destas profecias estabelece o início dos 1260 anos em 538 a.C. e, portanto, eles terminariam em 1798 d.C. A imagem das duas testemunhas remete para a profecia em Zacarias 4. O profeta Zacarias viu um castiçal com 7 lâmpadas tendo uma oliveira em cada um dos seus lados. Ele pergunta ao anjo que lhe mostra estas
coisas o que era aquilo. O anjo começa sua explicação dizendo que aquilo era a palavra do Senhor.
Mas Zacarias ainda não entende e pergunta especificamente o que são as 2 oliveiras junto ao castiçal. O anjo então responde que elas "são os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra". (Note o que é dito sobre as duas testemunhas em Apocalipse 11:4: "Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.") Estes dois ungidos que o anjo diz que são a palavra do Senhor são as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento que durante a Idade Média (1260 anos) eram proibidas de serem lidas e interpretadas pelos leigos (pessoas que não fossem sacerdotes) e, portanto, davam o seu testemunho vestidas de saco. No Antigo Testamento, quando alguém se vestia de pano de saco isto significava uma grande tristeza, luto, consternação ou vergonha e humilhação (Gênesis 37:34; 1 Reis 21:27; 2 Reis 6:30; 2 Reis 19:1). Ao final dos 1260 anos, em 1798, estava em andamento a Revolução Francesa. Mas e quanto aos 3 dias e meio em que as testemunhas estiveram mortas?

Quando começou a Revolução Francesa, o clero possuía privilégios especiais. Em 11 de novembro de 1793 a Bíblia foi suprimida através de um decreto e em novembro de 1796 foi decretada tolerância à Bíblia, mas esse decreto só entrou em vigor a partir de junho de 1797. Durante a Revolução Francesa a religião foi abolida, os sacerdotes obrigados a abdicar de sua religião, muitos foram mortos e outros fugiram. O Egito é apresentado na Bíblia como uma nação que negou a Deus (Êxodo 5:2) e Sodoma como um povo onde imperava a dissolução (Jeremias 23:14 e Ezequiel 16:49). Estas duas coisas aconteceram na França durante a revolução. Em 10 de novembro de 1793, Bíblias foram queimadas.

Os franceses festejaram sua nova condição realizando homenagens à deusa da razão na catedral francesa. Em Apocalipse é mencionada a grande cidade de Babilônia (Apocalipse 14:8, 16:19, 17:5, 18:2 e 18:10 e 21). Esta cidade representa o oposto a cidade de Jerusalém. Jeresalém era a sede do povo de Deus, Babilônia era a sede dos inimigos do povo de Deus (destruiram Jerusalém e levaram os judeus em cativeiro). Roma em suas fases pagã e papal assumiu esse papel (inimiga do povo de Deus).

Após 3 anos e meio, devido a tanto horror e confusão, a religião foi readmitida. Após isto, surgiram as Sociedades Bíblicas e a Bíblia começou a ser traduzida e distribuída em milhares de línguas e dialetos. Como foi predito:

``E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou nelas, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos as viram. E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu. É passado o segundo ai; eis que cedo vem o terceiro.'' Apocalipse 11:11--14.}

Um historiador descreveu a revolução como um terremoto. (Terremoto.)

Embora Deus não determine a história humana, pois os homens têm liberdade de escolha, Ele conhece o futuro (e isto deveria ser admitido ao menos como uma possibilidade aqui). A interferência, no caso, não é ostensiva, e sim, persuasiva. Explicando: Ele conhece o futuro e o revela aos seres humanos influenciando as escolhas que eles fazem.

*Nota: Esta interpretação de dias significando anos é confirmada pelo cumprimento histórico das várias profecias com períodos de tempo especificados. Um exemplo é a profecia em Daniel 9:23-27 das 70 semanas. O anjo fala a Daniel, no verso 25, que desde a saída da ordem para reedificar Jerusalém até o Ungido (Messias) haveria 7 semanas e 62 semanas. A ordem ou decreto para a restauração de Jerusalém depois que foi assolada pelos babilônios saiu em 457 a.C. pelo rei Artaxerxers I da Pérsia. 7 semanas têm 49 dias, ou seja, anos, e esse foi o tempo para a reconstrução do templo de Jerulalém, a respeito do qual Daniel estava orando antes do anjo se apresentar. Mais 62 semanas seriam 483 dias ou anos e, a contar de 457 a.C., eles terminam em 27 d.C., ano em que Jesus se batiza no rio Jordão e é oficialmente "ungido" para o seu ministério. Na última semana que falta para as 70, ou últimos 7 anos, o anjo afirma que o Ungido faria uma aliança com muitos por uma semana e faria cessar os sacrifícos na metadade da semana. A partir de seu batismo Jesus curou e pregou o evangelho por 3 anos e meio, depois foi crucificado, em 31 d.C, ocasião em que o véu do santuário se rasgou e os judeus deixaram, a partir de então, de oferecer sacrifícios de animais, e, por mais 3 anos e meio, até o ano 34 d.c., os discípulos de Jesus pregaram o evangelho aos judeus, quando então, um discípulo chamado Estevão foi apedrejado e os discípulos restantes se espalharam por outras terras para pregar o evangelho aos gentios. Além desta profecia, existem várias outras em que as datas previstas através da interpretação dias=anos conferem com os cumprimentos históricos.

Referências:
A Revolução Francesa
Culto da Razão
Queima de Bíblias: Journal of Paris, 1793, No. 318.